Evento, aberto ao público, reuniu autoridades no assunto que abordaram a desmistificação do autismo
No mês de conscientização do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a Associação Atlética Acadêmica Platônica do curso de Psicologia da UniFTC, em Petrolina, promoveu neste sábado (22), no auditório da instituição, o I Encontro com o TEA.
O evento, aberto a estudantes e profissionais, reuniu autoridades no assunto, como a psicopedagoga e mãe de autista, Janille Carvalho Nobre, a neuropsicopedagoga e pós graduada em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao TEA, Marinalva Gama e o autista ativista, estudante de Direito, Renan Fonseca.
Segundo Israel Santana Bruce, presidente da Associação Atlética Acadêmica Platônica do curso de Psicologia da UniFTC, a liga esportiva trouxe essa pauta, no intuito de promover educação e conhecimento sobre o que é autismo. “Mesmo com tantas informações ao nosso dispor, as pessoas ainda adotam uma ideia capacitista ao autista. Ao criar este ‘rótulo’ muitos são considerados como alguém que sofrerá em toda sua história de vida”.
A ação foi uma oportunidade de compartilhar informações e aprendizados, completa Israel. “Além de buscar o respeito a estas pessoas, esclarecemos que os autistas são capazes de ser, realizar e desejar o que quiserem. São indivíduos com direitos e deveres, assim como qualquer outra pessoa, pois muitas vezes, subjugamos o intelectual deles”, frisou.
A mãe de autista e estudante de Psicologia na UniFTC Petrolina, Alyne Lima, relata que a conscientização passa pela inclusão. “A inclusão social, escolar, no mercado de trabalho e políticas públicas para garantir os direitos das pessoas com TEA. Estas pessoas merecem amor e devem ser vistas como cidadãos”, registrou.
A psicopedagoga, Janille Carvalho Nobre, ressaltou que é através do conhecimento que quebramos paradigmas e contemplamos famílias, pessoas autistas, escolas e profissionais da área. “Percebemos o número de diagnósticos aumentando de uma forma desenfreada, levando às vezes algumas famílias terem crise por conta do novo que assusta. Utilizei minha experiência como mãe de dois autistas e também analista do comportamento e especialista em TEA, para ajudar outras famílias”, comentou.
Palestras movimentam conhecimento sobre o autismo
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por comportamentos atípicos, atrasos em diferentes áreas do desenvolvimento, dificuldade na interação social, movimentos repetitivos, alterações sensoriais, dentre outros. Essas ações do espectro variam de sujeito para sujeito. Segundo o Ministério da Saúde, o sexo masculino ainda é o mais atingido pelo transtorno. Diante do difícil diagnóstico, a família pode ter dificuldade em perceber precocemente e necessita de avaliação multidisciplinar, assim como o tratamento que pode variar dependendo da necessidade de cada um.
De acordo com a neuropsicopedagoga, Marinalva Gama, é urgente a discussão das necessidades do público neurodivergente. “Considerando a longa história de comparação entre pessoas com desenvolvimento típico e pessoas com desenvolvimento atípico, o encontro foi um lugar para discutir o que a sociedade normativa acha que é certo e as reais necessidades do público neurodivergente, o que contribui para garantir acesso e direito a uma sociedade mais saudável”, disse.
Para o autista, ativista e palestrante, Renan Fonseca, a realização destes encontros nos dias atuais é muito importante. “É uma oportunidade de levar informações para a sociedade com o intuito de combater o preconceito. Através desses eventos a gente ensina a sociedade a conhecer o autismo, para que todos tenham os cuidados devidos”.
A Campanha Abril Azul dá visibilidade ao autismo e enfatiza a necessidade de alertar a população sobre essa questão, destaca a coordenadora do curso de Psicologia, Jackeline de Souza. “O momento foi organizado para toda a sociedade com o intuito de desmistificar o autismo. Uma ocasião especial, pois não temos dúvidas do nosso papel educacional na sociedade”, afirmou.
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Vânia Castro |
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