Copa do Mundo: como a experiência pode influenciar as emoções

Copa do Mundo: como a experiência pode influenciar as emoções
Significado que o torcedor dá ao evento pode gerar alegria, tensão, ansiedade e adoecimentos orgânicos

 

A Copa do Mundo inicia neste domingo (20) e será sediada este ano no Catar, país do Oriente Médio. A competição mais importante do futebol promove grandes impactos e experiências que podem influenciar as emoções dos brasileiros de forma positiva ou negativa.

 

Nesta época, assim como em todas as vivências que compartilhamos, as emoções são estimuladas através dos jogos. Elas estão associadas ao temperamento, personalidade e motivações tanto reais quanto subjetivas. “A dica é cuidar da mente e no momento da alegria ou tristeza, não levar aos extremos”, aconselha o psicólogo, Gabriel Nery Matos.

 

O especialista completa dizendo que a Copa Mundial é um momento grandioso para o país, pois aglomera muitos afetos. “Como os brasileiros consideram o futebol importante, o acontecimento acaba gerando um significado particular e movimentando as emoções em algumas pessoas. E tem o fato da raridade da Copa, que acontece a cada 4 anos, então, sentir alegria ou tristeza durante o evento esportivo não é problema. A ideia é não deixar que o sentimento vire uma euforia, que seria uma alegria deturpada, nem que uma eventual derrota cause uma espécie de tristeza adoecida ou melancolia. O importante é ter a saúde como uma forma de equilíbrio”, orientou.

 

Problemas psicológicos podem surgir em pessoas saudáveis ou não, depende do significado que o torcedor dá à Copa do Mundo, acrescenta Gabriel Nery. “Este sentimento é que influencia na questão do acontecimento se tornar estressante ou não. Para muitas pessoas o jogo pode figurar como uma questão de “vida ou morte”, tornando-o um momento de tensão e ansiedade. Podemos encontrar, inclusive, também uma relação com adoecimentos orgânicos. Visto que, por exemplo, pode-se relacionar uma maior suscetibilidade de pessoas com problemas cardíacos e casos hipertensivos ter sintomas de arritmia e até mesmo uma parada cardíaca devido a liberação de alguns hormônios que acabam circulando no corpo em situações de extremo estresse”, disse.

 

Importância do autocontrole

 

O psicólogo, que também é professor do curso de Psicologia da Rede UniFTC, alerta para uma estratégia importante que ajuda a combater situações negativas. “É preciso ter autocontrole e cuidar da saúde, reposicionando o sentido dos jogos. Algumas pessoas se sentem frágeis em contextos de competitividade, e o fato de levar um gol pode ser uma ofensa ou agressão com a sua própria identidade. Então caminhar para o ajustamento emocional é essencial”, explica.

 

O professor da faculdade em Vitória da Conquista dá outra dica que pode ajudar no controle de eventuais riscos à saúde. “Assistir a competição entre familiares, amigos ou pessoas de confiança, pode gerar mais conforto e uma sensação de momentos mais seguros. Para aqueles mais ansiosos, utilizar estratégias de respiração para lidar com possíveis crises, ou até mesmo não assistir aos jogos, em casos mais sérios”, disse.

 

Gabriel finaliza dizendo que não enxerga a Copa do Mundo como um evento adoecedor. “Acho que pode ser um momento de vivências emocionais e sentimentais muito importantes, sendo palco para grandes emoções, assim como um bom filme pode ser e não um causador de impactos diretos a males a nossa saúde”.

Vânia Castro

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