A guerra pela paternidade das
melhorias na mobilidade urbana de Salvador está longe de chegar ao fim, porém
uma das batalhas foi encerrada nesta quarta-feira (9) com uma derrota para o
prefeito ACM Neto (DEM). O gestor da capital baiana foi obrigado a recuar e
integrar 100% da frota dos ônibus urbanos de Salvador com o metrô, pressionado
pelas constantes ameaças do governador Rui Costa (PT) de que iria licitar
linhas complementares para alimentar o sistema metroviário. Por uma questão
estratégica, o prefeito argumentou que foram necessários estudos antes de
viabilizar a integração total entre ônibus e metrô, após a celeuma se arrastar
publicamente há mais de dois meses. Marketing substancial. ACM Neto não queria
ver o governador capitalizar politicamente um sistema integrado de ônibus e
metrô, enquanto a população seguiria reclamando da atual frota do transporte
urbano que corta os bairros de Salvador. Desde o repasse do metrô para as mãos
do estado, ainda em 2013, quando ACM Neto iniciava o mandato e Jaques Wagner
não tinha formalmente apresentado Rui como seu sucessor, há um debate sobre
integração, com os empresários do setor de um lado – e a prefeitura mais
próxima deste polo – e a CCR Metrô do outro – com o governo amparando. E, como
não poderia deixar de ser, não deixa de ter uma mobilização envolvendo também a
corrida eleitoral de 2018, quando ACM Neto e Rui Costa podem disputar, em lados
completamente opostos, a corrida pelo Palácio de Ondina. O governador conseguiu
incutir que havia o esforço para integrar os modais, enquanto a prefeitura
resistia. Antes que o estrago na imagem ficasse ainda maior, o prefeito foi
prudente e recuou, anunciando algo que poderia estar vigente há mais tempo e
retardado por interesses político-econômicos do poder público e da iniciativa
privada. A queda de braços, iniciada no final de maio, apesar de poder ser
contabilizada positivamente para Rui, acabou ainda mais positiva para a
população, que deve ganhar tempo no deslocamento dentro de Salvador, uma cidade
cujo tráfego há muito não é convidativo. Este texto integra o comentário desta
quinta-feira (10) para a RBN Digital,
veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM. BN
melhorias na mobilidade urbana de Salvador está longe de chegar ao fim, porém
uma das batalhas foi encerrada nesta quarta-feira (9) com uma derrota para o
prefeito ACM Neto (DEM). O gestor da capital baiana foi obrigado a recuar e
integrar 100% da frota dos ônibus urbanos de Salvador com o metrô, pressionado
pelas constantes ameaças do governador Rui Costa (PT) de que iria licitar
linhas complementares para alimentar o sistema metroviário. Por uma questão
estratégica, o prefeito argumentou que foram necessários estudos antes de
viabilizar a integração total entre ônibus e metrô, após a celeuma se arrastar
publicamente há mais de dois meses. Marketing substancial. ACM Neto não queria
ver o governador capitalizar politicamente um sistema integrado de ônibus e
metrô, enquanto a população seguiria reclamando da atual frota do transporte
urbano que corta os bairros de Salvador. Desde o repasse do metrô para as mãos
do estado, ainda em 2013, quando ACM Neto iniciava o mandato e Jaques Wagner
não tinha formalmente apresentado Rui como seu sucessor, há um debate sobre
integração, com os empresários do setor de um lado – e a prefeitura mais
próxima deste polo – e a CCR Metrô do outro – com o governo amparando. E, como
não poderia deixar de ser, não deixa de ter uma mobilização envolvendo também a
corrida eleitoral de 2018, quando ACM Neto e Rui Costa podem disputar, em lados
completamente opostos, a corrida pelo Palácio de Ondina. O governador conseguiu
incutir que havia o esforço para integrar os modais, enquanto a prefeitura
resistia. Antes que o estrago na imagem ficasse ainda maior, o prefeito foi
prudente e recuou, anunciando algo que poderia estar vigente há mais tempo e
retardado por interesses político-econômicos do poder público e da iniciativa
privada. A queda de braços, iniciada no final de maio, apesar de poder ser
contabilizada positivamente para Rui, acabou ainda mais positiva para a
população, que deve ganhar tempo no deslocamento dentro de Salvador, uma cidade
cujo tráfego há muito não é convidativo. Este texto integra o comentário desta
quinta-feira (10) para a RBN Digital,
veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM. BN