Para assegurar a viabilidade da criação de pescados, o Governo do Estado, por meio do projeto Pró-Semiárido, promoveu intercâmbio de experiências com as pescadoras das comunidades de Taquari e Assentamento Maria dos Santos, do município de Itiúba. O grupo, com cerca de 20 mulheres, percorreu mais de 200 quilômetros, até a cidade Sobradinho, para conhecer o trabalho desenvolvido pelas pescadoras artesanais da Cooperativa de Produção e Comercialização dos derivados de Peixes de Sobradinho (Coopes).
A engenheira de pesca do Pró-Semiárido Josiane Araújo, que acompanha os dois grupos, destacou a importância desse momento para apoiar o grupo de Itiúba a potencializar a sua criação de tilápia e também da piaba: “A ideia foi fazer algo que as ajudasse a agregar valor ao pescado. Tanto que elas trouxeram a piaba para que possam desenvolver um produto e fazer a agregação”.
O grupo de pescadoras de Itiúba comercializa a tilápia e a piaba evisceradas e também preparam refeições para venda local. “O intercâmbio está dentro do que a gente esperava, do que a gente tem necessidade. A gente, adquirindo conhecimento, tem como evoluir e fazer com que o nosso peixe seja mais procurado e tanto vai ser bom pra gente que vai beneficiar o peixe quanto para quem compra.”, ressaltou a presidente da associação comunitária de Taquari, Aurinha Ribeiro de Andrade.
Na ocasião, as pescadoras puderam participar de um curso de beneficiamento de peixe e aproveitamento e confecção de produtos a partir dos resíduos do pescado. A capacitação foi ofertada pelo Instituto das Irmãs da Santa Cruz com apoio do Instituto Múltiplo de Cidadania (IMC) e da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia – Seagri.
A capacitação foi facilitada por Cida Maria Aparecida Mendes, mais conhecida como Cida Pescadora. Ela destacou que a formação tem um importante papel para geração de renda e também autonomia das famílias: “A importância deste trabalho é para que as pessoas tenham a oportunidade de viver melhor. Agregar valor ao seu produto envolvendo mais a família porque hoje, diante da situação que a gente vive, mais presa, você tem que fazer por onde as pessoas se sentirem bem dentro de casa para se manter, comer bem e ajudar os vizinhos.”
Depois da formação, as pescadoras visitantes já vislumbram o aumento da demanda pelo pescado beneficiado em suas comunidades e no município, tanto a venda in natura quanto do peixe preparado para consumo. Além disso, elas planejam comercializar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como afirma dona Aurinha: “Esse peixe sem espinha a prefeitura vai poder comprar para a merenda escolar porque o perigo é a espinha… Já vai ser outra forma de venda.”
O Pró-Semiárido é um projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Fotos: Ascom/SDR
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