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Campanha combate o trabalho infantil e exploração sexual com ações nos 417 municípios baianos

O
combate ao trabalho infantil e a exploração sexual é o mote da campanha lançada
pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS),
nesta quinta-feira (10), no auditório da Universidade do Estado da Bahia
(Uneb). O evento reuniu autoridades e representantes da área de Assistência
Social de 162 municípios baianos. A ação é lançada justamente no período que
antecede os festejos juninos, época em que aumenta a probabilidade de que esses
crimes sejam cometidos. Para este ano, a secretaria adotou o tema ‘O Trabalho
Infantil e a Exploração Sexual não aparecem como esta propaganda’ e utilizará
outdoors , banners, panfletos, cartazes, spots de rádio e as redes sociais como
ferramentas para divulgar as peças de combate ao abuso contra crianças e
adolescentes.
Todas
as ações integram a campanha Fique de Olho, que foi realizada no carnaval e
agora foi reformulada e amplia o seu alcance para todos municípios baianos e
deverá ocorrer em diversos períodos do ano.  “É importante que a gente
esteja sempre alertando a sociedade sobre temas tão graves como a exploração
sexual e o trabalho infantil. Aproveitamos este período de proximidade do São
João, que mobiliza o nosso estado, para fazer esse alerta sobre os dois temas.
A idéia é que os municípios nos ajudem a aumentar o número de denúncias no
disque 100. Embora a Bahia seja o estado com o maior número de casos se
trabalho infantil no Nordeste, consideramos que é necessário ampliar as
denúncias. Lembrando que também é um dever de toda a sociedade combater esse mal”,
ressalta o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social,
Cézar Lisboa.
 O
secretário ainda destaca que os registros de casos de trabalho infantil na
Bahia ocorrem por diversos fatores, incluindo o número de trabalhadores ligados
à agricultura familiar, mas afirma que já há uma redução. “A agricultura
familiar ainda tem como uma espécie de tradição o uso da mão de obra infantil e
temos atuado nesse combate e avançamos muito. O Estado está atento e buscando
sempre ações de enfrentamento a esta prática”, garante Lisboa.
 A
campanha ainda prevê a realização de seminários para a capacitação de
profissionais que atuam na área de assistência social dos 417 municípios da
Bahia. Os municípios serão orientados sobre a formação dos comitês de proteção
a criança e adolescente que irão atuar no trabalho de combate a exploração
sexual e o trabalho infantil. A previsão é de que o processo de formação ocorra
no final de cada mês.
 O
principal canal para denúncias de crimes cometidos contra crianças e
adolescentes é o Disque 100, que funciona 24 horas por dia, sete dias por
semana e a ligação é gratuita. Em 2017, foram registradas 3.649 denúncias de
violência sexual e 222 denúncias de exploração do trabalho infantil na Bahia. A
denúncia pode ser realizada de forma anônima.
Segundo
a superintendente de Assistência Social da SJDHDS, Leísa Sousa, o maior números
de denúncias recebidas pelo disque 100 estão relacionadas à falta de cuidados
com crianças e adolescentes, seguido de violência psicológica, física, sexual e
a exploração sexual e o trabalho infantil. Ela conta que as pessoas ainda têm medo
de denunciar.  “Esse tema é prioritário e importante para nós, já que na
última pesquisa divulgada pelo disque 100 foi constatado que 60% das nossas
crianças foram identificadas em alguma situação de violência ou de violação de
direitos. É importante investir na campanha para que as pessoas possam
identificar esses crimes e também ter condições de buscar ajuda profissional. É
importante lembrar que o principal sinal de que a criança sofre algum tipo de
violência é a mudança de comportamento e o rendimento na escola pode ser
afetado. O responsável deve ficar atento aos sinais e conversar com a criança e
o adolescente e buscar uma ajuda profissional”, esclarece.