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Carnaval pode ajudar a espalhar zika vírus pelo país, alertam infectologistas

A Sociedade
Brasileira de Infectologia (SBI) fez um alerta esta semana para o que ela chama
de “coquetel explosivo”, que pode contribuir para espalhar ainda mais
o zika vírus pelo país. Segundo infectologistas, a passagem de milhares de
turistas por capitais com tradicionais carnavais de rua, como Salvador e
Recife, no Nordeste, que tem alto número de casos de bebês nascidos com
microcefalia e suspeita de ligação com o zika vírus, pode representar um risco
aos brasileiros. Para os especialistas, o Carnaval reúne fatores preocupantes
para o aumento da transmissão da doença, em um momento de ascensão da epidemia
no Brasil. Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, há 3.530 casos
de microcefalia relacionados ao zika, em 21 estados. A Bahia aparece em
terceiro lugar, com 450 ocorrências, ficando atrás somente de Pernambuco e
Paraíba.
De acordo com os médicos ligados à SBI, o
“coquetel explosivo” do Carnaval inclui as grandes aglomerações de
pessoas, em geral com poucas roupas e mais vulneráveis às picadas do Aedes
aegypti, além da possibilidade de chuvas, maior quantidade de lixo nas ruas e,
com isso, mais chance de potenciais criadouros do mosquito. Junto a isso, vem o
aumento do número de relações sexuais sem proteção e risco de gestações
indesejadas justamente nos locais de maior incidência do vírus.

O alerta da SBI se soma a um comunicado da
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, escritório regional nas Américas da
Organização Mundial da Saúde), que nesta segunda-feira (18) relatou aumento de
casos da síndrome de Guillain Barré em países com epidemias de zika. Em julho
de 2015, na Bahia, 42 pessoas foram confirmadas com a doença, que causa
problemas neurológicos.