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Hollyfield perde nos pontos ‘Luta do Século’ para Todo Duro

Apesar de tudo, valeu o
esforço. Aos 49 anos e após queimar a maior parte do corpo há quatro anos, o
pugilista baiano Reginaldo ‘Hollyfield’ voltou aos ringues na noite desta
terça-feira, 11, em Recife, contra o seu arquirrival, o pernambucano Luciano ‘Todo
Duro’. Holly perdeu, nos pontos, ao final de seis rounds, mas leva para casa
uma verdadeira lição de vida.




A luta,
como era de se esperar, foi muito pouco técnica. Sem a mesma energia de 20 anos
atrás, Luciano e Reginaldo gastaram a maior parte do tempo se agarrando. Os
dois também se desequilibraram e caíram várias vezes, exigindo demasiadamente a
intervenção do árbitro.




O baiano
não sentiu a pressão da torcida, que a todo tempo cantava o “uh, vai
morrer” ou um “ah, ‘estraçaia'”. Fisicamente mais forte que o
adversário, Hollyfield disparou mais socos e tomou a iniciativa durante toda a
luta, em busca de um direto certeiro. Chegou a colocar Todo Duro na lona dessa
forma, logo no começo do 1º round, mas o árbitro considerou o golpe irregular e
não abriu contagem.




A
arbitragem continuou interferindo nos rounds seguintes, quando o protetor bucal
de Hollyfield começou a cair insistentemente da boca – pelo menos cinco vezes.
O juiz central chegou a punir o atleta em três momentos por esse motivo, o que
deixou o córner do baiano irritado: para eles, a proteção caía como efeito dos
golpes que o lutador tomava, e não como uma estratégia dele para ganhar tempo.




No fim, o
atleta da casa, de 51 anos, conseguiu a vitória por ter sido mais contundente.
Lutando no contra-ataque e com um pouco mais de fôlego que o rival, Todo Duro
disparou menos golpes, mas causou mais estrago em Hollyfield. No último round,
por exemplo, o pernambucano chegou a encaixar uma sequência boa de socos que
deixou o baiano atordoado, mas não nocauteado.




“Superei
os problemas que tive (como as sequelas deixadas pelas queimaduras), vim aqui
na casa dele, lutei e saio sem ser nocauteado. Todo Duro sabe que ganhou com a
ajuda do árbitro”, provocou o baiano. “A luta foi dura, mas foi boa.
Só não foi melhor para minha torcida porque não deu para nocautear ele”,
comentou o pernambucano. 5 mil pessoas esgotaram a capacidade do Clube
Português. Ao final, o ringue, cheio de pessoas, acabou desabando.




Dessa
forma, uma das rivalidades mais antigas do boxe brasileiro foi desempatada:
Luciano chegou à quarta vitória contra três do eterno rival. A luta derradeira
da carreira de cada um pode acontecer em Salvador, no começo de dezembro.

Fonte Vitor Villar/Atarde