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Polícia Civil de Feira instaura inquérito para apurar fraude em bingo beneficente

A
Polícia Civil de Feira de Santana instaurou um inquérito para apurar a
ocorrência de fraude em um
bingo beneficente realizado na tarde de ontem (16), em um campo de futebol, no
bairro São João, em Feira de Santana, e que gerou muita confusão entre os
participantes, após perceberem que tudo se tratava de uma fraude.
Revoltadas
com a situação, algumas pessoas começaram a jogar pedras e depois incendiaram
os carros que estavam sendo supostamente sorteados. Cinco veículos faziam parte
da premiação: três carros (uma Frontier, uma S 10 e um Grand Siena ) e duas motocicletas,
além de uma premiação em dinheiro no valor de 2 mil reais. No entanto, apenas o
prêmio em dinheiro e as motos, seriam de fato sorteados. Os demais prêmios já
estavam com cartelas marcadas, e os falsos ganhadores eram na verdade pessoas
contratadas pelos organizadores.
De
acordo com a delegada Ludmila Vilas Boas, a polícia já identificou dois
acusados de organizar o bingo, que são Wanderson Walter Danilo Lima, de 27
anos, que teria ganhado o Grand Siena, e um homem identificado apenas como
Edcarlos, que apontou ainda uma terceira pessoa envolvida no caso, que seria o
contratante da fraude.
“Não
há dúvidas que houve fraude, eles foram ouvidos, trazidos pela Polícia Militar
ontem e ouvidos pelo delegado de plantão. Nós instauramos agora um inquérito policial
e vamos encaminhá-lo ao setor de defraudações da 2ª delegacia para apuração. O
inquérito será presidido pela delegada Cleonice Moraes do Espírito Santo, que
vai conduzir o procedimento, de forma a elucidar o crime”, informou a delegada.
Ainda
segundo Ludmila Vilas Boas, a polícia está buscando informações junto à
delegacia da cidade de Paulo Afonso, de onde os acusados vieram, a fim de se
chegar ao máximo de pessoas envolvidas no episódio de ontem. “Os organizadores
são todos da cidade de Paulo Afonso, e a gente suspeita que eles já vinham
agindo naquela região, pela organização e a forma como organizaram o evento
aqui em Feira”, disse.
A
delegada afirmou que Wanderson Walter Danilo Lima, de 27 anos, é co-autor do
crime de estelionato e veio para participar da fraude. Ela explicou que ele foi
ouvido e liberado devido a um entendimento do delegado de plantão, que tem o
poder dentro da lei, de optar ou não pela prisão em flagrante. Além disso,
Ludmila Vilas Boas, esclareceu que somente após tomar conhecimento da prática
na cidade foi possível tomar as medidas cabíveis.
“Nós
não temos como antever as situações que ocorrem. Contudo, uma vez havendo a
distribuição dessas cartelas e sendo noticiado à Polícia Civil, ela tomará as
medidas cabíveis. Agora quando a gente não tem conhecimento de que isso está
circulando na cidade e só depois um fato desse acontece, a gente realmente toma
as atitudes. As pessoas devem evitar esse tipo de prática, e as pessoas que
tomam conhecimento de que estão sendo vendidas essas cartelas, que venham e
comuniquem a gente para evitar que uma coisa dessa venha a acontecer”,
orientou.
Ludmila
Vilas Boas declarou também que ainda não foi possível saber quantas pessoas
perderam dinheiro com o bingo, pois nem todas foram na delegacia prestar a
queixa. Ela acrescentou que a Polícia Civil irá concluir o procedimento,
encaminhar à Justiça e os autores podem ser condenados de um a cinco anos de
prisão.
O
tratorista Everaldo Pereira de Souza, da cidade de Coração de Maria, foi um dos
participantes do bingo e após o ocorrido foi até a delegacia, na manhã de hoje,
para prestar queixa. Ele disse que pagou R$ 25 em duas cartelas e achou
estranho que logo nos primeiros prêmios apenas uma pessoa era premiada.
“Os
prêmios que saíram logo, em todos só batiam um. Aí o pessoal começou a falar.
Na hora que chegou na cartelinha que o cara falou que era de Feira de Santana e
deu o endereço, o pessoal disse que não conhecia. Foi quando começou a
confusão”, relatou.
Everaldo
Pereira afirmou que sempre participa desses eventos, e tomou conhecimento do
bingo beneficente, em Coração de Maria, através de amigos. Ele disse que, na
hora que as pessoas descobriram a fraude e queimaram os carros, preferiu
observar de longe. O tratorista afirmou também que uma média de 2 a 3 mil
pessoas participaram do evento.

Com
informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.