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Servidor envolvido em fraude na BA tinha salário de R$ 2,9 mil em folha, mas recebia R$ 300; ex-prefeita ficava com restante

Os
servidores públicos que eram envolvidos no esquema de desvio de verbas da
Educação, da cidade de Apuarema, no sudoeste da Bahia, recebiam salários até
nove vezes maiores que os divulgados nas folhas de pagamento do município. A
informação foi divulgada nesta quinta-feira (21), pelo delegado da Polícia
Federal Rodrigo Kolbe, durante coletiva de imprensa sobre a operação deflagrada
na cidade.
De
acordo com o delegado, os servidores tinham os salários inflados para que o
dinheiro a mais fosse repassado para o ex-secretário de Administração e para a
ex-prefeita da cidade, Jozilene Barreto (PR), que são mãe e filho. Conforme o
delegado, a dupla era responsável pelo aliciamento dos servidores envolvidos no
esquema, que durou cerca de 2 anos, durante o mandato da ex-prefeita.
“O
esquema funcionava como um aliciamento. As pessoas eram aliciadas pelo
ex-secretário de Administração ou pela ex-prefeita para que abrissem contas
correntes, onde eles pudessem depositar, em tese, salários que seriam pagos a
servidores. Nós temos relatos confirmados de pessoas que recebiam, na prática,
R$ 300 para trabalhar como zelador, e, na folha de pagamento, eles recebiam R$
2.800, R$ 2.900”, contou o delegado.
Conforme
a PF, os salários, ao invés de depositados diretamente nas contas bancárias dos
funcionários públicos, eram depositados nas contas de outros servidores
previamente aliciados, os quais tinham a missão de sacar e repassar o dinheiro
à própria ex-prefeita ou a outros integrantes do esquema criminoso.
Durante
a manhã desta quinta-feira, foram cumpridos 5 mandados de busca e apreensão e
14 de condução coercitiva em Apuarema. Conforme o delegado, todos os servidores
interrogados confessaram que participavam do esquema. Documentos, celulares e
dois carros foram apreendidos durante a ação. Ninguém foi preso.
“A
gente está hoje tentando buscar mais informações de outros envolvidos sobre a
verdadeira extensão do esquema, porque, até então, nós tínhamos uma dimensão.
Estamos buscando agora, através dessas diligências, buscar outros elementos que
possam fortalecer o inquérito”, falou o delegado.
Operação
De
acordo com a Polícia Federal, além da ex-prefeita, o ex-secretário de
Adminitração, a supervisora de Educação e a ex-Chefe do Setor de Acompanhamento
de Programas de Assistência ao Estudante de Apuarema também foram alvo da
operação, assim como outros servidores e ex-servidores públicos.
A PF
informou que os investigados responderão pela prática do crime de
responsabilidade previsto no art. 1º, inciso I, do Decreto-Lei nº 201/67, sem
prejuízo de outros que restarem evidenciados até o final das investigações.
O
nome da operação, Inflet, é o termo em latim que significar inchar,
inflacionar, portanto, uma referência ao procedimento utilizado para o desvio
das verbas públicas, segundo a Polícia Federal. 
Por
G1 BA